Enredo e sinopse do Salgueiro 2020.

 Com time principal renovado, Salgueiro dá o
pontapé inicial para o carnaval 2020.
 O Acadêmicos do Salgueiro lançou na noite do
último domingo (05) o seu enredo para o carnaval 2020.
  A vermelha e branca falará sobre “O Rei Negro
do Picadeiro”, uma homenagem os 150 anos de Benjamin de Oliveira.

Salgueiro escolhe enredo para o carnaval 2020. (Foto: Alex Nunes)

“Enaltecer o negro, elevá-lo a condição de protagonista em
seus desfiles sempre foi uma característica forte do Salgueiro e, para o ano
que vem, a gente aposta na representatividade para fazer uma grande
apresentação. Viemos de dois enredos fortes, com a pegada afro e eu conversei
com o presidente que poderíamos trabalhar algo mais lúdico, colorido, leve e
que tivesse uma mensagem importante para a atualidade. Chegamos ao Benjamin, um
personagem pouco conhecido, pouco reverenciado, mas com uma contribuição imensa
para a arte”, diz o carnavalesco Alex de Souza.

Salgueiro escolhe enredo para o carnaval 2020. (Foto: Alex Nunes)

O ator Ailton Graça, salgueirense de coração, participou da apresentação.


 “Recebi a notícia do
enredo com uma emoção ímpar porque o Benjamin me inspirou enquanto artista. Fui
palhaço, sou ator e, assim que soube da ideia do Alex, já comecei a pensar em
mil possibilidades. O mundo precisa conhecer mais esta história”, contou o ator
Ailton Graça.


Entre as presenças ilustres da festa, Ruth de Souza,
seguida por Cosme dos Santos, Nando Cunha, Isabel Fillardis, Val Perré, Poly
Marinho e Maria Ceiça celebraram a escolha do tema. Representando Chica Xavier,
filhos e genro também prestigiaram a festa que terminou com roda de samba
animada por Xande de Pilares tendo a rainha Viviane Araújo tirando o som no
pandeiro.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei e Marcella Alves
e a rainha de bateria, Viviane Araújo
(Foto:Alex Nunes)
Representando a família do homenageado, neta, bisneta e
tataraneto de Benjamin também participaram do evento, acompanhados de
representantes da secretaria de Cultura de Pará de Minas, cidade natal do
artista.
Os interpretes, Quinho e Emerson Dias
(Foto:Alex Nunes)
O coreógrafo Carlinhos do Salgueiro e as passistas
(Foto:Alex Nunes)

Venha conferir a Sinopse do Enredo do Salgueiro 2019:
Título do enredo: ‘O Rei Negro do Picadeiro’
Nasci livre!
Sou filho do “Negro Malaquias”, sujeito danado de brabo, que caçava os “fujão”da fazenda do sinhô e da sinhá, que até eram “bão”; e minha mãe, Leandra, era cativa de estimação.
Um dia o circo chegou lá na Vila, eu levava broa de milho para vender na entrada; tinha uns doze anos e resolvi fugir. O picadeiro representava liberdade, sonho e fantasia. Antes que me esqueça, meu nome é Benjamim Chaves, mas meu pai me chamada de “Beijo”, “Moleque Beijo”.
Parti no Circo Sotero, Lá, a obrigação da meninada, era aprender desde cedo todas as tarefas. Mesmo eu, que era um agregado, aprendi debaixo de castigo, a cuidar dos animais, todas acrobacias e outras coisas mais…
“A mãe da arte de todos os números é o salto” e eu dei um salto na vida. Tem que aprender a cair, pra saber levantar.
Aprendi muito com o “Mestre Severino” e adotei seu sobrenome, agora pode me chamar de Benjamin de Oliveira. Mas entre sonho e realidade, vida de “beijo” é difícil, é difícil como o quê… E de tanto apanhar, fugi de novo. Meu destino era fugir, destino de negro…
Fui atrás de uma caravana de ciganos, mas “quá”, “num” é que os “ladino” queriam me trocar por cavalo?
Fui e fui pego por um fazendeiro, provei que era circense e ele me deixou seguir viagem.
E de circo em circo, substituí o palhaço principal, que estava doente, no Circo frutuoso, começando aí minha história.
A noite começava a fervilhar nas cidades grandes, eram novos tempos, teatros, café-concerto, a elite buscava o teatro sério e o “Zé Povo”, o que fosse mais ligeiro, encontrava no circo o divertimento que queriam. “Todo artista tem de ir aonde o povo está!”
Minha popularidade crescia, uma vez até o presidente, o marechal de ferro, Floriano Peixoto, por eu cantar e dançar chulas foi lá me cumprimentar.
Na Spinelli lancei a forma de teatro combinado com circo que chamariam de pavilhão. Comédias, paródias e a arte de representar por gestos, sem palavras. Fizemos clássicos, como Otello, farsas, melodramas, operetas como A Viúva Alegre, até uma paródia de O Guarani, que acabou projetado nas telas, o cinema surgia na bela época. O primeiro Momo, que seria mais tarde, a representação do “Rei na Folia”, foi pela primeira vez, representado por mim, na minha opereta fantástica O Cupido do Oriente. Assim como inúmeras peças, de minha autoria.
Fui ator, diretor, autor, produtor, dançarino, compositor, cantor (até gravei discos), e palhaço sim senhor! O PRIMEIRO PALHAÇO NEGRO DO BRASIL! E o palhaço o que é? E o que fui? Uai?! Acima de tudo: um artista brasileiro!!!
Abram as cortinas, acendam as luzes, que o show tem que continuar! Respeitável público, minhas senhoras e meus senhores, nessa passarela/picadeiro, o meu querido Salgueiro vai apresentar: Novos Benjamins do circo, teatro, cinema e televisão, com o aplauso “d´ocês”!
Despeço-me com um “Beijo” do “Moleque” e o meu muito obrigado!!!
Alex de Souza
Carnavalesco
Salgueiro escolhe enredo para o carnaval 2020. (Foto: Alex Nunes)

Salgueiro escolhe enredo para o carnaval 2020. (Foto: Alex Nunes)
O carnavalesco Alex de Souza
(Foto:Alex Nunes)


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